O bucolismo nem sempre possui uma dimensão arcadiana, ou mesmo parnasiana (para os que pretendem). O bucolismo ao qual me refiro supera o famigerado "fugere urbem". O bucólico hoje não é feito de matas ou cerrados, tampouco de rios em épocas de várzea grande... O bucólico (atentem!) é o comum, é o dia a dia (sem hifem mesmo pq daí é mais dia), é aquilo que permanece mas não é percebido. Contudo, a não percepção não se atribui à estática, mas sim ao movimento vertiginoso que nos acomete a todo instante... Mas não são os sábios ou "intelectualóides" que a percebem; NÂO!
São os românticos, os incuráveis espíritos líricos, aqueles que nutrem a verdadeira paixão pela vida(*), aqueles que reconhecem que cada momento é único, embora possam os momentos nunca cessarem de existir...
(*)nota: a paixão aqui não entendida como deslumbramento, mas como um otimismo relativo mas ciente dos seus limites... Mas o melhor é não considerar os limites. È viver intensamente cada coisa, cada objeto, cada corpo, cada coisa que possa transmitir e consumir algo. "O outrem é a possibilidade do que não existe." (acho que é mais ou menos isso: Deleuze)
23 de set. de 2004
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário