16 de mai. de 2004

Um pedaço de papel no fogo e voc? continua vendo as letras impressas. Bem diferentes das folhas secas que caiam das arvores. O pior é que consigo sentir o cheiro da tinta. E quem há de ficar quieto na frente da fogueira? Pode até ser que voc? tente imaginar como era quando n?o existia luz elétrica. Mas n?o. Mesmo que muito longe há de aparecer uma lâmpada acesa. E elas podem ir surgindo uma a uma. Aquela sensaç?o de quando se viaja a noite e começa aparecer as luzes de alguma cidade. Ent?o se sabe que a paisagem há de mudar entre as ruas apertadas com carros queimando as pessoas nas calçadas. Os barulhos! Talvez a resposta n?o esteja na luz, sim no som. O som da água já ouviu? O da maneira estala de um segundo ? outro quando queima. Mas também n?o é isso. Impossível ouvi-los frente a risada incontrolável de uma mulher embriagada. Mas quem diz que preciso ouvi-los. Ouço o meu CD quando chegar em casa. Me tranco no meu quarto frio e úmido junto a minha insensatez. Quem sabe um aparelho que simule o som do fogo. Precisa ser sensível, como se sentisse a direç?o do vento. Negar a própria condiç?o é uma tarefa um tanto quanto dolorosa, pois pode-se ficar topando a cada situaç?o com uma frieza concreta. Como a frustraçâo de sentar em volta de uma fogueira e ter certeza de que amanh? ir?o te acender o aquecer elétrico e o chuveiro a gás.
- Ufa! Ainda bem!

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